O Sentido da Vida - Osho
"Osho, há algum sentido em viver?
Para essas tradições foi útil dividir o homem em todas as dimensões possíveis e criar um conflito entre as divisões. Dessa maneira o homem se torna fraco, instável, temeroso, pronto para se submeter, para se render; pronto para ser escravizado pelos líderes, políticos, por qualquer um.
O dinheiro tem um sentido. Uma carreira política tem um sentido. (...) Os negócios tem um sentido porque você vê imediatamente o resultado final. Os negócios tornaram-se importantes, a política tornou-se importante. E a poesia, a música, a dança, o amor, a amizade, a beleza, a verdade, tudo desapareceu da sua vida. Essa é uma estratégia simples, mas destruiu tudo o que o torna significado, que proporciona êxtase ao seu ser. Mas a mente esquizofrênica vai perguntar: "Qual é o sentido do êxtase?"
Essa pergunta também vem de uma mente esquizofrênica. Você terá um pouco de dificuldade para entender, porque pode nunca ter pensado que a divisão entre os fins e os meios é uma estratégia fundamental para a criação de uma divisão no homem.
Viver tem algum significado, algum objetivo, alguma importância? Essa é a pergunta que você está fazendo.
Há alguma meta a ser alcançada com a vida, com o viver? Há algum lugar que você atingirá um dia pelo fato de viver? Viver é um meio. A meta, a realização, em algum ponto distante, é o fim. E esse tornará o viver significativo. Se não houvesse fim, certamente a vida não teria sentido.(...) Primeiro crie a divisão entre os fins e os meios. Isso divide a sua mente.
Sua mente está sempre perguntando "por quê?" ou "para quê?". E qualquer coisa que não responda à pergunta " para quê?" pouco a pouco perde o valor para você.
É assim que o amor perde o valor. Qual o sentido do amor? Onde ele vai conduzi-lo? O que será atingido com ele? Você atingirá alguma utopia, algum paraíso?
É claro que, visto dessa maneira, o amor não tem sentido - ele é inútil.
Qual o sentido da beleza? Você vê um pôr do sol - você fica deslumbrado, é tão lindo, mas qualquer idiota pode perguntar: " Qual é o sentido disso?" E você não terá nenhuma resposta a lhe dar. E se a beleza não tem significado, então, porque você desnecessariamente se orgulha de beleza?
Uma bela flor, um belo quadro, uma bela música, uma bela poesia - eles não têm nenhum sentido. Eles não são argumentos para se provar algo, nem são os meios para se atingir algum fim.
E viver consiste apenas nessas coisas sem sentido.
Deixe-me repetir: viver consiste apenas nessas coisas que não têm nenhuma razão, que não têm absolutamente nenhum significado - no sentido de que não têm nenhum objetivo, de que elas não o conduzem a lugar nenhum de que você não vai obter nada delas.
Em outras palavras, viver é importante em si. Os meios e os fins estão juntos, não separados.
Mas esta é a estratégia de todos aqueles que têm ambicionado o poder no decorrer dos tempos. Eles dizem que os meios são os meios, e os fins são os fins. Os meios são úteis porque o conduzem ao fim. Se não conduzirem a um fim, os meios não têm sentido. Dessa maneira, eles destruíram tudo o que é realmente importante, e lhe impuseram coisas que são absolutamente insignificantes.
O dinheiro tem um sentido. Uma carreira política tem um sentido. (...) Os negócios tem um sentido porque você vê imediatamente o resultado final. Os negócios tornaram-se importantes, a política tornou-se importante. E a poesia, a música, a dança, o amor, a amizade, a beleza, a verdade, tudo desapareceu da sua vida. Essa é uma estratégia simples, mas destruiu tudo o que o torna significado, que proporciona êxtase ao seu ser. Mas a mente esquizofrênica vai perguntar: "Qual é o sentido do êxtase?"
As pessoas, centenas de pessoas têm me perguntado: " Qual é o sentido da meditação? O que vamos obter dela? Em primeiro lugar, ela é muito difícil de atingir - mas mesmo que consigamos atingi-la, qual vai ser o resultado final?"
É muito difícil explicar a essas pessoas que a meditação é um fim em si mesma. Não há fim além dela.
Qualquer coisa que tenha um fim além de si mesma serve apenas para a mente medíocre.(...)
Minha abordagem é totalmente diferente.
É fazer de você um todo único.
Por isso quero que viva a vida apenas por amor à vida. (...)
Quanto mais alto uma coisa se eleva, menor o número de pessoas que irá reconhecê-la. Quando algo atinge o ponto mais elevado, é muito difícil encontrar até mesmo algumas pessoas que o reconheçam. No ponto ômega final, apenas a própria pessoa reconhece o que aconteceu com ela; ela não consegue encontrar nem mesmo uma segunda pessoa que possa enxergar o que aconteceu. Por isso um Buda tem de se declarar iluminado. Ninguém mais pode reconhecer isso, porque reconhecer seria preciso ter alguma experiência de iluminação. (...)
Mas, qual é o significado do estado búdico? Qual é o significado de se tornar iluminado? Qual é o sentido disso? Se você perguntar sobre o sentido, não há sentido nenhum.
A iluminação em si é o bastante. Ela não precisa de nada mais para torná-la significativa.
É isso que quero dizer quando falo que as coisas realmente valiosas na vida não são divididas em fins e meios. Não há divisão entre os fins e os meios. Os fins são os meios, os meios são os fins - talvez dois lados da mesma moeda inseparavelmente unidos - na verdade, eles são uma unidade uma totalidade.(...)
Vivendo: viva e viva totalmente. Morrendo: morra e morra totalmente. E nessa totalidade você vai encontrar significância."
Osho em Destino, Liberdade e Alma
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